Algo vai mal na ERC
A Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) quer impedir os colunistas e comentadores que são candidatos às eleições legislativas e autárquicas de manterem as suas colaborações nos media. A decisão da ERC é muito discutível mas ainda se torma menos compreensível quando se lê no "Público" a argumentação do seu presidente.
Azeredo Lopes afirma que "não se pode ignorar, por exemplo, o peso decisivo que teve a coluna de Rui Tavares [no "Público"] nas eleições europeias" e acrescenta ser "obviamente evidente que [Rui Tavares] foi convidado pelo BE para o quarto lugar da lista pela sua notoriedade".
Algo não bate certo na tese do presidente da ERC. Primeiro, se Azeredo Lopes tem na sua posse alguma investigação ou estudo que prove uma ligação directa e decisiva entre a eleição de Rui Tavares e a coluna que publica naquele jornal, seria interessante que procedesse à sua divulgação. Um documento desta natureza seria, seguramente, um contributo para o debate público de uma matéria relevante como a da influência que uma colaboração nos media pode exercer nas opções do eleitores. Ficamos à espera.
Depois, se a coluna de Rui Tavares no "Público" foi decisiva para a sua eleição como eurodeputado, como explica Azeredo Lopes que Vital Moreira, também colaborador no "Público", tenha sido clamorosamente derrotado? Se calhar, é porque Rui Tavares escreve na última página, o que lhe dará mais visibilidade, tendo em conta que há milhares de leitores que iniciam o contacto com os jornais a partir do fim e existem muitos outros que, depois de darem uma vista de olhos pela primeira, voltam o jornal e lêem a última antes de seguirem para o interior. Se for assim, a ERC devia proibir colunas de opinião de candidatos às eleições nas últimas páginas. Ficamos à espera.
Por último, a questão da notoriedade. Pode gostar-se ou não, mas todos os partidos procuram candidatos conhecidos porque aquilo que querem é conquistar votos. Independentemente da opinião pessoal que os seus membros subscrevam sobre esta matéria, o que tem a ERC a ver com isto?
Azeredo Lopes afirma que "não se pode ignorar, por exemplo, o peso decisivo que teve a coluna de Rui Tavares [no "Público"] nas eleições europeias" e acrescenta ser "obviamente evidente que [Rui Tavares] foi convidado pelo BE para o quarto lugar da lista pela sua notoriedade".
Algo não bate certo na tese do presidente da ERC. Primeiro, se Azeredo Lopes tem na sua posse alguma investigação ou estudo que prove uma ligação directa e decisiva entre a eleição de Rui Tavares e a coluna que publica naquele jornal, seria interessante que procedesse à sua divulgação. Um documento desta natureza seria, seguramente, um contributo para o debate público de uma matéria relevante como a da influência que uma colaboração nos media pode exercer nas opções do eleitores. Ficamos à espera.
Depois, se a coluna de Rui Tavares no "Público" foi decisiva para a sua eleição como eurodeputado, como explica Azeredo Lopes que Vital Moreira, também colaborador no "Público", tenha sido clamorosamente derrotado? Se calhar, é porque Rui Tavares escreve na última página, o que lhe dará mais visibilidade, tendo em conta que há milhares de leitores que iniciam o contacto com os jornais a partir do fim e existem muitos outros que, depois de darem uma vista de olhos pela primeira, voltam o jornal e lêem a última antes de seguirem para o interior. Se for assim, a ERC devia proibir colunas de opinião de candidatos às eleições nas últimas páginas. Ficamos à espera.
Por último, a questão da notoriedade. Pode gostar-se ou não, mas todos os partidos procuram candidatos conhecidos porque aquilo que querem é conquistar votos. Independentemente da opinião pessoal que os seus membros subscrevam sobre esta matéria, o que tem a ERC a ver com isto?
Etiquetas: candidatos, colunistas, comentadores, ERC