Porque é que Cavaco escondeu as acções da SLN?
Os partidos, claro, não vão entrar a matar no caso de Cavaco e das acções da SLN, como se vê hoje no DN. É claro que Cavaco tem todo o direito de comprar e vender as acções que quiser. Já não tem é o direito de o esconder, alegando que à época não desempenhava funções. Quem quer o poder e deseja servir o País nos mais altos cargos políticos sabe que tem de abdicar de uma parte da sua privacidade para se submeter ao escrutínio público. Cavaco omitiu estas informações voluntariamente mentindo num comunicado oficial e isso ganha uma relevância que não teria se o PR estivesse de boa-fé. Não lhe fica bem ludibriar o povo que representa, ou assim não se diferencia dos políticos habituais. Cavaco comprou acções da SLN, que não está em bolsa, portanto, não foi ao mercado. Teve de negociar com alguém as condições de compra e venda. Isso pode não ter mal nenhum. Mas o PR deve explicar por que escondeu esse facto.
Etiquetas: pinoquices
31/5/09 23:05
Acho que deve ler o comunicado do PR de Novembro de 2008. Verá que não há nada escondido.
1/6/09 12:37
Isso não é verdade. O comunicado é feito na sequência da notícia do Expresso sobre a posse das acções. Cavaco disse que "nunca comprou ou vendeu nada ao BPN ou a qualquer das suas empresas". É a única coisa que lá está. Isto é uma habilidade. Nunca comprou nem vendeu nada ao BPN, porque as acções da SLN não foram vendidas nem compradas ao BPN. Foram-no aos accionaistas. O problema de Cavaco não é ter ou não ter as acções. É não ter esclarecido de imediato, sem mostrar medos políticos de ser associado a uma coisa à qual não podia ser asssociado. Matava o assunto à nascença. Este esconde-esconde era evitável, para proteger a credibilidade do PR.
1/6/09 23:17
Só agora li a sua resposta ao meu comentário. Digo-lhe o seguinte: o comunicado trata do BPN, que era de vários accionistas, entre eles e SLN. O problema colocou-se com o BPN. E nesse o PR não participou e assim respondeu.
Entretanto, o PR achou que depois de ter assumido essa função não deveria ser accionista de qualquer empresa e, por isso, refere no final do comunicado que deu instruções para não aplicarem dinheiro seu e de sua mulher na compra de acções de empresas portuguesas. Conclusão: o PR achou que quanto ao BPN seria relevante qualquer ligação, mesmo que anterior ao exercício do cargo. Quanto a outras sociedades, bastaria que não existissem ligações depois de assumido o cargo. Concordo consigo num ponto: se tivesse esclarecido a detenção, de 2001 a 2003, de acções da SLN, o assunto teria morrido ali. Certo é que o problema foi posto quanto ao BPN e, quanto a esse, o comunicado responde.