O que quiser dar...
Na próxima sexta-feira, o maior site de acesso a conteúdos multimédia "ilegais" vai conhecer o veredicto do julgamento de que é alvo. Seja qual for o resultado da justiça Sueca, penso que o mais importante é o debate que tem sido gerado à volta do tema e a forma como a indústria e, em especial, os artistas olham para o panorama actual da venda de música. Actualmente, 95% da música que é descarregada da internet é feita de forma ilegal. Já toda a gente percebeu que não vale a pena fechar os olhos a esta realidade, nem tentar fechar sites como o Napster porque no dia seguinte abrem-se outras portas com a mesma finalidade. A indústria, como sempre, avessa a mudanças, tarda em reagir. Sites como o iTunes ou a Amazon continuam a ganhar dinheiro com o acesso a downloads pagos mas, na minha opinião, esse modelo está condenado ao insucesso. Os artistas, por outro lado, sempre abertos à mudança, ao improviso e elasticidade, em suma, ao acto da criação, já começaram a mudar e a arranjar maneiras de vender aos seus fãs algo mais do que um simples ficheiro musical que pode ser descarregado à borla ali ao lado... E penso que muito passará pela forma como a música será apresentada, pelo packaging que a suporta, pelos extras e pelo acesso a conteúdo exclusivo. Casos de sucesso a seguir esta política já existem. Os Radiohead lançaram o seu último álbum na net com a seguinte frase: "It’s Up To You. No Really, It’s Up To You". Cabia aos fãs decidir o que pagar. E o que ofereciam eram ficheiros a 320kbps livres de direitos. O resultado foi a maior venda de sempre de um álbum de Radiohead, tendo a cópia física de "In Rainbows" que foi colocada no mercado posteriormente superado os 1,75 milhões de vendas. Os Coldplay lançaram o primeiro single do seu novo álbum em exclusivo na net uma semana antes da estreia do disco nas prateleiras das lojas. O resultado? "Violet Hill" foi o primeiro single da banda a entrar directamente para o número 1 do top britânico. Mas os verdadeiros “trailblazers” são os Nine Inch Nails. A sua proximidade com os fãs é inigualável. Desde deixar pens USB com conteúdos exclusivos nos WCs dos seus concertos a criar sites de acesso secreto só para fãs, o álbum mais recente da banda foi distribuído numa grande variedade de formatos. Entre as escolhas estavam: download gratuito das primeiras 9 faixas, o álbum inteiro por 5 dólares (36 faixas) ou uma edição de luxo assinada e limitada a 2500 cópias a 300 dólares a peça. O resultado? A edição de luxo esgotou em menos de dois dias e o álbum angariou qualquer coisa como 1,6 milhões de dólares nas primeiras semanas de venda. Dá que pensar, não dá?
16/4/09 23:02
Afonso, perdi o teu mail. não é para nada, mas pede lá ao vitor para to dar. nuno magalhães