Nem a crise salva a CGTP da irrelevância
Enquanto escrevo isto mais de 100 mil pessoas estão a desfilar pela baixa de Lisboa, lideradas pela batuta organizativa da CGTP. Coisas que gostaria de saber a propósito da primeira mega-manif do ano: 1) o que pensam as pessoas que vêem desfilar a procissão, b) o que pensam que irão conseguir as pessoas NA procissão, c) QUEM são as pessoas que estão na manif, que pessoas estão ali representadas.
Sobre o QUEM, aposto que os desempregados e as pessoas a recibo verde são a menor fatia - depois de terem nascido para dar voz e direitos a quem não os tinha, os sindicatos servem hoje sobretudo para defender os interesses dos instalados. O melhor exemplo está na função pública – os professores vêm logo a seguir.
Sem uma mudança geracional e de atitude, nem esta crise – que traz à discussão o modelo económico actual – será suficiente para tirar a CGTP do buraco da irrelevância política.