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Capitalismo e má fama

Os salários dos gestores de topo são uma questão para resolver entre os accionistas e os elementos dos orgãos sociais das empresas. Aceita-se que nas empresas subsidiadas pelo Estado com o objectivo de ajudar a superar as actuais dificuldades sejam impostos limites às remunerações, porque os contribuintes, através do poder político, passam a ter uma palavra a dizer sobre a aplicação do dinheiro injectado. Mais do que isto, será excessivo.

Isto não significa que os salários e outras remunerações variáves que atingiram somas astronómicas em empresas por todo o mundo, incluindo em Portugal, não devam ser um tema de reflexão e de correcção, começando por quem tem responsabilidades directas nas empresas, quer integrando os seus orgãos estatutários ou como accionistas. Ainda antes da eclosão da actual crise, o tema já merecia atenção e a preocupação por um maior equilíbrio na repartição dos lucros gerados é algo que deve fazer parte das regras da boa governação.

A extinção do capitalismo não é uma solução, mas combater as práticas e os protagonistas que lhe dão má fama é o caminho correcto. As empresas e os seus accionistas têm que ser os primeiros a tomar a iniciativa. Estão entre os principais interessados em impedir as mortes da economia de mercado e da liberdade de iniciativa e em evitar que sejam substituídos pela ressurreição do intervencionismo, a pretexto da crise e dos casos de polícia que esta deixou à vista.

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