Há coisas fantásticas
O livro já está traduzido para português e mereceu algumas recensões elogiosas na Imprensa. Inteiramente merecidas, na minha opinião, porque a matéria em causa, os conhecimentos do autor sobre música e neurologia e a escrita fluida e acessível, fazem um trio irresistível.
"Musicophilia", de Oliver Sacks, conta histórias fabulosas acerca do poder da música sobre o cérebro humano. Descreve casos clínicos complexos em que o remédio mais eficaz é a música, incluindo doentes que sofrem de Alzheimer ou de Parkinson.
Fala de fenómenos comuns que podem tornar-se insuportáveis como aquela melodia que não nos larga a cabeça de manhã à noite, sem que saibamos porquê. E de "milagres" como aquele que já foi largamente referenciado de um homem que, depois de ter sido atingido por um relâmpago, "descobre" um prazer compulsivo na música para piano. Ou, ainda, de pessoas com graves deficiências mentais, capazes de reterem na memória e de reproduzirem centenas de cantatas compostas por J. S. Bach.
O mundo descrito por Oliver Sacks é fascinante e deixa-nos perplexos perante o funcionamento do cérebro e a capacidade que um "mero" conjunto de sons tem para, no mínimo, nos colocar bem dispostos, mal dispostos, melancólicos ou alegres. Como costumam dizer os especialistas em recensões literárias, este livro é obrigatório.
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