Interrogações sobre o Banco de Portugal
O artigo de Luis Campos e Cunha sobre a questão da auditoria e supervisão das operações realizadas pelo BCP que estão actualmente sob investigação, publicado no Público, coloca questões que merecem ser esclarecidas, nomeadamente no que respeita à actuação da KPMG.
Já no que respeita à actuação do Banco de Portugal, a defesa feita pelo ex-vice-governador da instituição revela-se extemporânea, porque o banco central tem, de facto, esclarecimentos importantes a prestar sobre o que fez e o que não fez em relação a esta matéria.
Seria conveniente, por exemplo, que Vítor Constâncio esclarecesse por que motivo um dossiê entregue pelo BPI sobre alegadas irregularidades cometidas pelo seu concorrente não desencadeou qualquer iniciativa e ficou adormecido nalguma gaveta do Banco de Portugal.
Foi evidente, também, que o Banco de Portugal só decidiu interessar-se pelo assunto quando se sentiu pressionado pelas informações que foram surgindo na Imprensa e pelo facto de Joe Berardo ter conseguido levar o assunto à Procuradoria-Geral da República. É mais um aspecto em que seria interessante escutar a explicação de Vítor Constâncio.
Sobre a circunstância de Berardo ter recorrido a outros meios que não uma queixa junto do Banco de Portugal, trata-se, também, de um tema que merece reflexão. Será que esta opção ficou a dever-se ao facto de, dados os antecedentes relativos ao dossiê entregue por Fernando Ulrich, o accionista ter desconfiado que a documentação de que dispunha iria cair em saco rôto? Será que semelhante raciocínio terá sido o de quem, a partir do interior do BCP, passou documentos a Berardo em vez de os entregar no Banco de Portugal?
E por que motivo isto sucedeu? Se existisse no mercado a convicção de que o Banco de Portugal exerce de forma diligente e criteriosa as suas responsabilidades de supervisão tudo se teria passado da mesma forma?
Aqui ficam algumas dúvidas que uma instituição pública com a importância e o peso do banco central tem a obrigação de sujeitar a escrutínio.
Já no que respeita à actuação do Banco de Portugal, a defesa feita pelo ex-vice-governador da instituição revela-se extemporânea, porque o banco central tem, de facto, esclarecimentos importantes a prestar sobre o que fez e o que não fez em relação a esta matéria.
Seria conveniente, por exemplo, que Vítor Constâncio esclarecesse por que motivo um dossiê entregue pelo BPI sobre alegadas irregularidades cometidas pelo seu concorrente não desencadeou qualquer iniciativa e ficou adormecido nalguma gaveta do Banco de Portugal.
Foi evidente, também, que o Banco de Portugal só decidiu interessar-se pelo assunto quando se sentiu pressionado pelas informações que foram surgindo na Imprensa e pelo facto de Joe Berardo ter conseguido levar o assunto à Procuradoria-Geral da República. É mais um aspecto em que seria interessante escutar a explicação de Vítor Constâncio.
Sobre a circunstância de Berardo ter recorrido a outros meios que não uma queixa junto do Banco de Portugal, trata-se, também, de um tema que merece reflexão. Será que esta opção ficou a dever-se ao facto de, dados os antecedentes relativos ao dossiê entregue por Fernando Ulrich, o accionista ter desconfiado que a documentação de que dispunha iria cair em saco rôto? Será que semelhante raciocínio terá sido o de quem, a partir do interior do BCP, passou documentos a Berardo em vez de os entregar no Banco de Portugal?
E por que motivo isto sucedeu? Se existisse no mercado a convicção de que o Banco de Portugal exerce de forma diligente e criteriosa as suas responsabilidades de supervisão tudo se teria passado da mesma forma?
Aqui ficam algumas dúvidas que uma instituição pública com a importância e o peso do banco central tem a obrigação de sujeitar a escrutínio.