Tudo em família e sem vergonha
Há uns quantos eurodeputados portugueses que contrataram familiares para trabalharem como assessores no Parlamento Europeu: Edite Estrela, Capoulas Santos, Manuel dos Santos, do PS e Duarte Freitas, do PSD. Pelo menos estes. A história está na revista Sábado (sem link) de ontem. Os eurodeputados têm um orçamento que podem gastar como entenderem no seu gabinete. E lá vêm as filhas, genros, irmãos, enteados, enfim... A contratação de familiares até podia nem ser um problema, porque primos, parentes, cunhados podem ser os profissionais mais competentes do mundo. O problema está na atitude irresponsável dos nossos mui democratas representantes: recusam-se a dar o currículo desses familiares e recusam dizer quando pagam à parentesca. Tendo em conta que o dinheiro não lhes pertence, mas sim aos contribuintes europeus, mostram um grande sentido das responsabilidades e de amor pela transparência democrática. É óbvio que nem o podem fazer. São obrigados a divulgar esses elementos nem que seja por imperativo ético. Isto é de uma falta de vergonha que me envergonha.