Santana vs Sócrates - o primeiro embate
É interessante olhar para este diálogo de há três anos, com os óculos de hoje. No dia 15 de Outubro de 2004, no primeiro debate parlamentar entre aqueles dois, foi assim:
José Sócrates (deputado)- “Todos os portugueses sabem porque é que estou aqui a liderar o PS, por uma razão muito simples: porque fui a votos, ganhei um congresso e uma eleição democrática. E, se me permite, o sr. primeiro-ministro não pode dizer o mesmo. O sr. primeiro-ministro nunca ganhou um congresso e nunca ganhou uma eleição legislativa! Esta é uma diferença fundamental entre nós”.
Pedro Santana Lopes (primeiro-ministro) - “Acho extraordinário ter-me dito que nunca ganhei umas eleições nacionais. Espere pelas próximas, sr. Deputado, que já vai ver!...”
José Sócrates - "Durante dois anos, a maioria e o Governo prometeram ao País uma política baseada na obsessão do défice orçamental e para isso congelou os salários, subiu os impostos e cortou no investimento público. Ao fim de dois anos, o que é que temos? Temos, crise, temos recessão, temos desemprego e não conseguiram baixar o défice abaixo dos 3%. Sr. primeiro-ministro, o que prometeu aos portugueses foi fazer gelo quente, mas – lamento desiludi-lo, sr. Primeiro-ministro – gelo quente não existe!..."
José Sócrates - “Sr. PM, - desculpe dizer-lhe – os portugueses vão ficando com a sensação, e nós também, de que verdadeiramente o dr. Santana Lopes não está no lugar certo, não tem jeito para isto!... A conclusão a que chegamos é que o dr. Santana Lopes não tem jeito para primeiro-ministro.”
Pedro Santana Lopes - “Sr. deputado José Sócrates, devo dizer-lhe que, normalmente, quando as pessoas resvalam para as considerações de ordem pessoal, é porque lhes fala razão nas outras matérias. É sempre assim. Cá estaremos, com o tempo, para apreciar a eficácia da sua liderança. Cá estaremos!...”
José Sócrates - "Falo do caso de um ministro do seu Governo que fez uma pressão ilegítima junto de uma estação de televisão privada, que conduziu à eliminação de uma voz incómoda para o Governo. É indigno de um Governo democrático e é inaceitável. E mais: é uma nódoa que o vai perseguir, porque essa nódoa não vai ser apagada facilmente, pois fez Portugal regressar aos tempos em que havia condicionamnto da liberdade de expressão. Peço-lhe sr. primeiro-ministro, que resista à tentação de controlar a Comunicação Social. Não vá por aí, porque nós cá estaremos para evitar essas tentações”.
José Sócrates (deputado)- “Todos os portugueses sabem porque é que estou aqui a liderar o PS, por uma razão muito simples: porque fui a votos, ganhei um congresso e uma eleição democrática. E, se me permite, o sr. primeiro-ministro não pode dizer o mesmo. O sr. primeiro-ministro nunca ganhou um congresso e nunca ganhou uma eleição legislativa! Esta é uma diferença fundamental entre nós”.
Pedro Santana Lopes (primeiro-ministro) - “Acho extraordinário ter-me dito que nunca ganhei umas eleições nacionais. Espere pelas próximas, sr. Deputado, que já vai ver!...”
José Sócrates - "Durante dois anos, a maioria e o Governo prometeram ao País uma política baseada na obsessão do défice orçamental e para isso congelou os salários, subiu os impostos e cortou no investimento público. Ao fim de dois anos, o que é que temos? Temos, crise, temos recessão, temos desemprego e não conseguiram baixar o défice abaixo dos 3%. Sr. primeiro-ministro, o que prometeu aos portugueses foi fazer gelo quente, mas – lamento desiludi-lo, sr. Primeiro-ministro – gelo quente não existe!..."
José Sócrates - “Sr. PM, - desculpe dizer-lhe – os portugueses vão ficando com a sensação, e nós também, de que verdadeiramente o dr. Santana Lopes não está no lugar certo, não tem jeito para isto!... A conclusão a que chegamos é que o dr. Santana Lopes não tem jeito para primeiro-ministro.”
Pedro Santana Lopes - “Sr. deputado José Sócrates, devo dizer-lhe que, normalmente, quando as pessoas resvalam para as considerações de ordem pessoal, é porque lhes fala razão nas outras matérias. É sempre assim. Cá estaremos, com o tempo, para apreciar a eficácia da sua liderança. Cá estaremos!...”
José Sócrates - "Falo do caso de um ministro do seu Governo que fez uma pressão ilegítima junto de uma estação de televisão privada, que conduziu à eliminação de uma voz incómoda para o Governo. É indigno de um Governo democrático e é inaceitável. E mais: é uma nódoa que o vai perseguir, porque essa nódoa não vai ser apagada facilmente, pois fez Portugal regressar aos tempos em que havia condicionamnto da liberdade de expressão. Peço-lhe sr. primeiro-ministro, que resista à tentação de controlar a Comunicação Social. Não vá por aí, porque nós cá estaremos para evitar essas tentações”.