Por que no te callas?!
É verdade que Chávez é Chávez, que aquilo não se faz e que Zapatero esteve bem, muito bem, a defender o mínimo de boas maneiras que permite a um grupo de pessoas sentarem-se à mesma mesa. A quem assiste de sofá, parece bem ver o rei Juan Carlos brandir o ceptro da sua monarquia constitucional e dizer: “Por que no te callas!?” Claro, sabe bem ouvir mandar calar Hugo Chávez.
Mas também não podemos esquecer que se Chávez não devia ter chamado a Aznar o que chamou, a verdade é que o Governo de Aznar apoiou e ajudou a promover o golpe de Estado de Pedro Carmona, em 2002, contra o presidente venezuelano (como o Público hoje explica). Conhecem-se os resultados de alguns apoios ocidentais a golpes de Estado na América Latina. Não terá esse golpe de estado ajudado a radicalizar Chávez? Não sei. Em termos diplomáticos, Juan Carlos esteve mal. Execedeu-se, deu a Chávez a possibilidade de Chávez ter mais uns momentos Chávez, e agudizou o incidente.
As coisas são mais complicadas do que parecem. Chávez não é um democrata, pois não. Mas é tão democrata como aqueles que o querem demover. Os mesmos que foram à embaixada espanhola procurar apoio para o golpe também o tentaram na portuguesa e tiveram como resposta: combatam-no pela via democrática. Não podemos julgar a Venezuela com os nossos critérios liberais e europeus porque a Venezuela, da direita à esquerda, não é liberal nem europeia. Isto não desculpa Chávez nem os seus momentos. Nem os oligarcas que lhe sucederiam.
Mas também não podemos esquecer que se Chávez não devia ter chamado a Aznar o que chamou, a verdade é que o Governo de Aznar apoiou e ajudou a promover o golpe de Estado de Pedro Carmona, em 2002, contra o presidente venezuelano (como o Público hoje explica). Conhecem-se os resultados de alguns apoios ocidentais a golpes de Estado na América Latina. Não terá esse golpe de estado ajudado a radicalizar Chávez? Não sei. Em termos diplomáticos, Juan Carlos esteve mal. Execedeu-se, deu a Chávez a possibilidade de Chávez ter mais uns momentos Chávez, e agudizou o incidente.
As coisas são mais complicadas do que parecem. Chávez não é um democrata, pois não. Mas é tão democrata como aqueles que o querem demover. Os mesmos que foram à embaixada espanhola procurar apoio para o golpe também o tentaram na portuguesa e tiveram como resposta: combatam-no pela via democrática. Não podemos julgar a Venezuela com os nossos critérios liberais e europeus porque a Venezuela, da direita à esquerda, não é liberal nem europeia. Isto não desculpa Chávez nem os seus momentos. Nem os oligarcas que lhe sucederiam.