O PSD e a direita
O artigo de José Miguel Júdice, hoje no Público (sem link) merece ser lido. Ele está cheio de razão, e não vale a pena virem com o argumento de que deixou o partido e tal, porque quem pensa bem não precisa de emblemas na lapela para pensar melhor.
Um dos grandes problemas do PSD é que as cúpulas continuam a dizer em público que são de esquerda, de centro-esquerda, reclamando-se de uma social-democracia que não se percebe muito bem (vide as últimas entrevistas de Paula Teixeira da Cruz no CM e no DE e aquilo que tanto Mendes como Menezes costumam dizer a este propósito porque nisso são quase iguais).
As elites do PSD, divididas em grupos organizados em redor de personalidades e não de ideias, são feitas de uma massa incoerente que não cola quando não há o cimento do poder. Acontece que, quem conhece as bases do PSD, sabe que são profundamente conservadoras, sobretudo as rurais, e que nas cidades são gente de uma direita mais a dar para o liberal. Mas são de direita. O PSD não é de esquerda, por mais que Cavaco Silva se reclame do neo-keynesianismo e por mais que estes que lá estão digam que são seus filhos.
Com o PS de Sócrates a ocupar todo o centro e até uma boa mancha da direita, este desfazamento entre o que o PSD diz ser e aquilo que o seu eleitorado pensa, pode ser suicida. Pior será ainda, se no PSD a ausência de um projecto político claro à direita estiver aliado à falta de uma personalidade forte que transmita confiança, como é o caso actual, tendo em conta os candidatos a líder. Sem se assumir como uma direita moderna e desmpoeirada, sem complexos de esquerda, e sem figuras mobilizadores na liderança, o PSD terá muitos e maus anos de crise pela frente.
Um dos grandes problemas do PSD é que as cúpulas continuam a dizer em público que são de esquerda, de centro-esquerda, reclamando-se de uma social-democracia que não se percebe muito bem (vide as últimas entrevistas de Paula Teixeira da Cruz no CM e no DE e aquilo que tanto Mendes como Menezes costumam dizer a este propósito porque nisso são quase iguais).
As elites do PSD, divididas em grupos organizados em redor de personalidades e não de ideias, são feitas de uma massa incoerente que não cola quando não há o cimento do poder. Acontece que, quem conhece as bases do PSD, sabe que são profundamente conservadoras, sobretudo as rurais, e que nas cidades são gente de uma direita mais a dar para o liberal. Mas são de direita. O PSD não é de esquerda, por mais que Cavaco Silva se reclame do neo-keynesianismo e por mais que estes que lá estão digam que são seus filhos.
Com o PS de Sócrates a ocupar todo o centro e até uma boa mancha da direita, este desfazamento entre o que o PSD diz ser e aquilo que o seu eleitorado pensa, pode ser suicida. Pior será ainda, se no PSD a ausência de um projecto político claro à direita estiver aliado à falta de uma personalidade forte que transmita confiança, como é o caso actual, tendo em conta os candidatos a líder. Sem se assumir como uma direita moderna e desmpoeirada, sem complexos de esquerda, e sem figuras mobilizadores na liderança, o PSD terá muitos e maus anos de crise pela frente.