Calar compensa
"Se tivesse ficado calada teria visto renovada a minha comissão de serviço. Sei exactamente as condições que essa renovação exigia - o meu silêncio". As palavras de Dalila Rodrigues ao Público de hoje são a evidência de um sintoma preocupante. Depois da tolerância à bufaria, a diferença de opinião passa a ser igual a dissidência (bem, Isabel Pires de Lima teve a escola do PCP).
3/8/07 13:49
Já que estamos em maré de grandes hipocrisias, e ao ler o comentário de V. Pulido Valente no Público de hoje, espantosamente, concordo com ele. Coisa rara, mas é um facto. Discordo e considero demagógico e hipócrita associar a decisão de não prorrogação do mandato de Dalila Rodrigues a qualquer campanha de autoritarismo ou perseguição por ideias diferentes ou espirito critico. Em qualquer serviço, publico ou privado, é salutar e correcto expressar as opiniões no seio da equipe de trabalho e não na praça publica. A senhora expressou em publico a sua opinião sobre a nova lei dos museus em preparação. Certamente também à sua tutela. Tudo bem. Agora uma vez aprovada a lei, ou seja as regras do jogo, é da sua competência cumpri-la ou seja aplicar as regras. Discorda, muito bem. Pede a demissão. Pois trata-se de um lugar de nomeação para executar uma politica. A lealdade e a coerência mandam isso. Em qualquer organização executiva tem de ser assim. Cada um tem a sua competência própria, senão é o caos. O que seria se os secretários de estado, os directores gerais por cada lei aprovada ou por cada decisão do governo vissem publicamente contestá-las. O que se escreveria se isso acontecesse. Quem dirige tem de poder dirigir efectivamente. Goste-se ou não do dirigente.