Vitória histórica?, parte III
Meu caro João,
Concordo: a vitória do PS não é histórica, nem nada que se pareça, nem reflecte qualquer entusiasmo do eleitorado. Costa ganhou com menos votos que Carrilho e o Governo não pode sentir-se incensado pelos resultados, até porque a votação em Roseta é um voto de desconfiança e de protesto no PS. No entanto, não podes somar os votos do Carmona e do Negrão sem somares os da Roseta com os do Costa, senão crias uma distorção artificial.
Carmona + Negrão - 63.589 votos
Costa + Roseta - 77.913 votos
De facto, os ganhos do Governo são políticos e Costa está na pole para 2009. Os votos de protesto ao Governo são apenas os 10% da Roseta e nada mais. Se houve voto de protesto, foi no PSD, com a transferência do eleitorado para Carmona de quem não se pode dizer que a sua gestão tenha sido penalizada nas urnas. Os eleitores chumbaram foi a estratégia partidária de Marques Mendes.
Concordo: a vitória do PS não é histórica, nem nada que se pareça, nem reflecte qualquer entusiasmo do eleitorado. Costa ganhou com menos votos que Carrilho e o Governo não pode sentir-se incensado pelos resultados, até porque a votação em Roseta é um voto de desconfiança e de protesto no PS. No entanto, não podes somar os votos do Carmona e do Negrão sem somares os da Roseta com os do Costa, senão crias uma distorção artificial.
Carmona + Negrão - 63.589 votos
Costa + Roseta - 77.913 votos
De facto, os ganhos do Governo são políticos e Costa está na pole para 2009. Os votos de protesto ao Governo são apenas os 10% da Roseta e nada mais. Se houve voto de protesto, foi no PSD, com a transferência do eleitorado para Carmona de quem não se pode dizer que a sua gestão tenha sido penalizada nas urnas. Os eleitores chumbaram foi a estratégia partidária de Marques Mendes.
Escrito por Vìtor Matos, em
16 julho 2007.
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16/7/07 17:11
Caro Vítor,
Fiz a soma Carmona/PSD, comparando-a com o resultado do PS, porque permite sublinhar que a aposta num peso-pesado socialista contra duas candidaturas comprometidas com a gestão dos dois últimos anos não foi o passeio pela Avenida da Liberdade que se previa. O resultado não foi histórico e a vitória foi escassa, o que tem significado político. Aliás, sê-lo-ia, em relação às altas expectativas criadas, mesmo somando os votos de Helena Roseta aos de António Costa. E a comparação desta soma com o número de votos alcançado por Manuel Maria Carrilho também não é muito abonatória para um trunfo tão elevado jogado pelo PS nestas eleições: depois da agonia da gestão anterior, Costa e Roseta somaram apenas mais cerca de 3.000 votos do que Carrilho. Foi uma candidatura mobilizadora junto de algumas elites, mas parece que não teve eco semelhante no terreno. É só isso e não é pouco.
16/7/07 17:41
É só para acrescentar que estou de acordo que os eleitores chumbaram a estratégia de Marques Mendes. Mas, em contrapartida, não me parece que tenham dado uma aprovação entusiástica à estratégia do PS. Bem pelo contrário.
16/7/07 17:47
Então estamos de acordo.