Um Estado moderno
Há dias, fui convidado pelo Fisco a declarar se tinha pago rendimentos a alguém, em 2006. Não foi o caso o que, de qualquer forma, me obrigou a preencher uma cartinha e a ir entregá-la à respectiva repartição de Finanças.
No balcão do IRS, estavam nove "clientes" à minha frente. Como o tempo de que dispunha era escasso, decidi tentar desafiar a burocracia. Dirigi-me a outro departamento, expliquei que apenas queria entregar a algum funcionário a missiva em causa, despachando aquela obrigação de cidadão cumpridor.
Não foi possível. Ou regressava à fila, esperando provavelmente uma hora para resolver o problema, ou tinha que me dirigir a uma estação de correios, pagar o selo e colocar a carta no marco adequado. Protestei, com a civilidade própria de quem não gosta de enervar as feras, e consegui que a chefe de repartição me viesse atender.
Com ar grave, a senhora repetiu-me o que o diligente funcionário anterior me tinha dito. Perguntei-lhe, então, onde ficava situada a caixa de correio daquele serviço porque, sendo assim, e visto que já me tinha dado ao trabalho de me deslocar ao local, pouparia algum tempo e dinheiro se me fosse dada a possibilidade de lá depositar a controversa declaração.
Os meus argumentos não a comoveram. Agradeci, resignado, tentei não pensar na carga fiscal que os contribuintes portugueses são forçados a suportar para sustentar funcionários que têm gosto em demonstrar a agilidade de um tijolo e lá fui em direcção a uma estação dos CTT.
Aguardei pacientemente pela minha vez de ser atendido, desembolsei o preço de um envio através de correio azul, porque o Fisco anda impaciente e não vale a pena brincar com os prazos, e regressei, por fim, aos meus afazeres do dia, depois de meia manhã perdida com a execução de uma tarefa que, por ingenuidade minha, até me parecera simples.
Tudo isto sucedeu apenas uma semana após me ter sido enviada uma notificação para pagar uma coima injustificada, o que me levou, a mim e a 70 mil outros contribuintes, a perder mais umas horas preciosas para obter o reconhecimento de que o Fisco não tinha qualquer razão. Será pedir demasiado sugerir à administração fiscal que demonstre um pouco mais de consideração por quem a financia?
No balcão do IRS, estavam nove "clientes" à minha frente. Como o tempo de que dispunha era escasso, decidi tentar desafiar a burocracia. Dirigi-me a outro departamento, expliquei que apenas queria entregar a algum funcionário a missiva em causa, despachando aquela obrigação de cidadão cumpridor.
Não foi possível. Ou regressava à fila, esperando provavelmente uma hora para resolver o problema, ou tinha que me dirigir a uma estação de correios, pagar o selo e colocar a carta no marco adequado. Protestei, com a civilidade própria de quem não gosta de enervar as feras, e consegui que a chefe de repartição me viesse atender.
Com ar grave, a senhora repetiu-me o que o diligente funcionário anterior me tinha dito. Perguntei-lhe, então, onde ficava situada a caixa de correio daquele serviço porque, sendo assim, e visto que já me tinha dado ao trabalho de me deslocar ao local, pouparia algum tempo e dinheiro se me fosse dada a possibilidade de lá depositar a controversa declaração.
Os meus argumentos não a comoveram. Agradeci, resignado, tentei não pensar na carga fiscal que os contribuintes portugueses são forçados a suportar para sustentar funcionários que têm gosto em demonstrar a agilidade de um tijolo e lá fui em direcção a uma estação dos CTT.
Aguardei pacientemente pela minha vez de ser atendido, desembolsei o preço de um envio através de correio azul, porque o Fisco anda impaciente e não vale a pena brincar com os prazos, e regressei, por fim, aos meus afazeres do dia, depois de meia manhã perdida com a execução de uma tarefa que, por ingenuidade minha, até me parecera simples.
Tudo isto sucedeu apenas uma semana após me ter sido enviada uma notificação para pagar uma coima injustificada, o que me levou, a mim e a 70 mil outros contribuintes, a perder mais umas horas preciosas para obter o reconhecimento de que o Fisco não tinha qualquer razão. Será pedir demasiado sugerir à administração fiscal que demonstre um pouco mais de consideração por quem a financia?