Paulo Portas e o CDS
De cada vez que decidiu assumir uma nova pele, Paulo Portas conseguiu fazê-lo transmitindo uma imagem de convicção de quem sabia exactamente o que queria. Do mentor de um PP eurocéptico ao Paulinho das Feiras, passando pela pose de Estado quando chegou a oportunidade de se tornar indispensável à formação de um Governo em coligação com o PSD, Portas parecia conhecer bem o terreno que pisava. Apoiantes e adversários, conseguiam ter uma ideia clara sobre em que águas pretendia pescar.
Desde o seu regresso à liderança do CDS, o caso mudou de figura. Não se percebe com que linhas programáticas quer reorientar o partido, nem como pretende concretizar a sua reivindicação de renovação interna e a nível da oposição ao Governo de José Sócrates. Tomou conta do CDS com uma vitória clara sobre José Ribeiro e Castro mas parece não saber bem o que fazer depois de ter concretizado o sonho de voltar à ribalta política, alimentado desde o dia em que se retirou.
O desastre eleitoral de ontem deixou Paulo Portas mais desorientado, sem rumo e de mãos vazias para justificar o entusiasmo messiânico com que foi acolhido. A vaga de fundo que o recolocou no poder do CDS não teve correspondência no primeiro desafio que escolheu enfrentar. Pelo contrário. Telmo Correia, um aliado fiel e escolha sua para a batalha política de Lisboa, foi derrotado com estrondo. No rescaldo, parece que Paulo Portas deixou de ser a principal razão de existir do CDS. Conseguirá o partido, com ou sem Portas, descobrir outra?
Desde o seu regresso à liderança do CDS, o caso mudou de figura. Não se percebe com que linhas programáticas quer reorientar o partido, nem como pretende concretizar a sua reivindicação de renovação interna e a nível da oposição ao Governo de José Sócrates. Tomou conta do CDS com uma vitória clara sobre José Ribeiro e Castro mas parece não saber bem o que fazer depois de ter concretizado o sonho de voltar à ribalta política, alimentado desde o dia em que se retirou.
O desastre eleitoral de ontem deixou Paulo Portas mais desorientado, sem rumo e de mãos vazias para justificar o entusiasmo messiânico com que foi acolhido. A vaga de fundo que o recolocou no poder do CDS não teve correspondência no primeiro desafio que escolheu enfrentar. Pelo contrário. Telmo Correia, um aliado fiel e escolha sua para a batalha política de Lisboa, foi derrotado com estrondo. No rescaldo, parece que Paulo Portas deixou de ser a principal razão de existir do CDS. Conseguirá o partido, com ou sem Portas, descobrir outra?