Marques Mendes e o PSD
Luis Marques Mendes esteve bem ao decidir retirar o apoio político a Carmona Rodrigues, precipitando a queda da Câmara de Lisboa. Assumiu o ónus da abertura do processo eleitoral que ontem teve o seu desfecho, revelando coragem e sentido de Estado.
Sabe-se, agora, como o fardo que decidiu carregar acabou por revelar-se pesado. Mas a sua decisão foi correcta tendo em conta a insustentabilidade política de uma gestão camarária perdida entre uma situação financeira degradada, uma notória falta de projecto e uma oposição que, embora se entretenha a cantar vitória, não foi capaz de dar o passo que o líder do PSD arriscou.
É fácil, agora, criticar Marques Mendes, acusando-o de ter sido o principal responsável pela interrupção do mandato de Carmona Rodrigues e de ter cavado o fosso em que o partido se afundou. Mas o facto de sido capaz de decidir para além do mero calculismo eleitoral só abona em seu favor.
O seu pecado na contenda lisboeta esteve no facto de não ter conseguido jogar um trunfo eleitoral mais forte e estimulante do que a candidatura de Fernando Negrão. Foi aqui que deu o flanco aos seus adversários internos, artilhando-os com um pretexto para disputar a sua liderança.
É positivo que o PSD faça o seu trabalho de clarificação e que encontre uma solução de liderança coesa e articulada para dar combate ao Governo socialista. Uma maioria torna-se tão mais absoluta quanto mais fragilizados estiverem os seus opositores.
O que é de temer é que as directas sociais-democratas se transformem num palco para a troca de acusações que sublinhem apenas o lado mais indigente e desinteressante da política, ao invés de fornecerem uma oportunidade para debater propostas e um programa diferenciador, capazes de desafiar a actual hegemonia do PS. A memória é curta, mas convinha que os candidatos à liderança do PSD não se esquecessem, tão cedo, do nível de abstenção que marcou as eleições em Lisboa.
Sabe-se, agora, como o fardo que decidiu carregar acabou por revelar-se pesado. Mas a sua decisão foi correcta tendo em conta a insustentabilidade política de uma gestão camarária perdida entre uma situação financeira degradada, uma notória falta de projecto e uma oposição que, embora se entretenha a cantar vitória, não foi capaz de dar o passo que o líder do PSD arriscou.
É fácil, agora, criticar Marques Mendes, acusando-o de ter sido o principal responsável pela interrupção do mandato de Carmona Rodrigues e de ter cavado o fosso em que o partido se afundou. Mas o facto de sido capaz de decidir para além do mero calculismo eleitoral só abona em seu favor.
O seu pecado na contenda lisboeta esteve no facto de não ter conseguido jogar um trunfo eleitoral mais forte e estimulante do que a candidatura de Fernando Negrão. Foi aqui que deu o flanco aos seus adversários internos, artilhando-os com um pretexto para disputar a sua liderança.
É positivo que o PSD faça o seu trabalho de clarificação e que encontre uma solução de liderança coesa e articulada para dar combate ao Governo socialista. Uma maioria torna-se tão mais absoluta quanto mais fragilizados estiverem os seus opositores.
O que é de temer é que as directas sociais-democratas se transformem num palco para a troca de acusações que sublinhem apenas o lado mais indigente e desinteressante da política, ao invés de fornecerem uma oportunidade para debater propostas e um programa diferenciador, capazes de desafiar a actual hegemonia do PS. A memória é curta, mas convinha que os candidatos à liderança do PSD não se esquecessem, tão cedo, do nível de abstenção que marcou as eleições em Lisboa.