Uma janela e um Vasconcelos caem sempre bem
Se o professor Campos e Cunha não sabe, eu explico: um "centro de decisão nacional" é um lugar no meio de algo, que fica à mesma distância de todos os pontos da periferia, onde há uma bandeira pendurada na janela, e dessa janela atira-se um Miguel de Vasconcelos, sempre que for preciso animar as hostes e cerrar fileiras.
Esta pode até ser uma falsa questão, como o ex-ministro das Finanças sugere, com ironia, na entrevista ao Público/RR/2:. Afinal, qual é a preocupação central das grandes empresas portuguesas? A salvaguarda do interesse nacional ou a melhor remuneração possível dos accionistas? É claro que a resposta é óbvia, embora não seja simples: veja-se o exemplo da dependência enegética europeia face às atitudes prepotentes da Rússia. Mas até pode haver empresas estrangeiras que vão mais ao encontro dos interesses portugueses que as nacionais. Por que não?
Ora, qual foi o último grande centro de decisão nacional que Portugal perdeu? Não foi uma construtora civil, nem uma seguradora, nem um banco, nem o facto de o seleccionador nacional ser um brasileiro (mas com bigode). Foi a moeda, a capacidade de decidir a sua valorização ou desvalorização, assim como as taxas de juro. Enfim, seguimos, e bem, o nosso destino Europeu, aderimos ao euro e submetemo-nos ao BCE. Quem era contra a perda desse centro de decisão nacional, se bem me lembro, eram uns radicais de direita e uns radicais de esquerda. De resto, toda a gente aplaudiu e lutou activamente para que o perdêssemos. Eis um exemplo da inexorável natureza destes tempos da globalização. Aquilo que é inevitável, mais tarde ou mais cedo acontece.
Esta pode até ser uma falsa questão, como o ex-ministro das Finanças sugere, com ironia, na entrevista ao Público/RR/2:. Afinal, qual é a preocupação central das grandes empresas portuguesas? A salvaguarda do interesse nacional ou a melhor remuneração possível dos accionistas? É claro que a resposta é óbvia, embora não seja simples: veja-se o exemplo da dependência enegética europeia face às atitudes prepotentes da Rússia. Mas até pode haver empresas estrangeiras que vão mais ao encontro dos interesses portugueses que as nacionais. Por que não?
Ora, qual foi o último grande centro de decisão nacional que Portugal perdeu? Não foi uma construtora civil, nem uma seguradora, nem um banco, nem o facto de o seleccionador nacional ser um brasileiro (mas com bigode). Foi a moeda, a capacidade de decidir a sua valorização ou desvalorização, assim como as taxas de juro. Enfim, seguimos, e bem, o nosso destino Europeu, aderimos ao euro e submetemo-nos ao BCE. Quem era contra a perda desse centro de decisão nacional, se bem me lembro, eram uns radicais de direita e uns radicais de esquerda. De resto, toda a gente aplaudiu e lutou activamente para que o perdêssemos. Eis um exemplo da inexorável natureza destes tempos da globalização. Aquilo que é inevitável, mais tarde ou mais cedo acontece.