Tragédia nos subúrbios
"'Because everything you said was based on this great premise of ours that we're somehow very special and superior to the whole thing, and I wanted to say 'But we're not! Look at us! We're just like the people you're talking about!'"
Revolutionary Road é um livro muito duro - e muito bom. Expõe sem piedade as ilusões de April e Frank Wheeler, dois exemplares da classe média intelectual e burguesa americana no início dos 60's, presos entre a insatisfação e o tédio mortal impostos pela vida-sem-infelicidade-e-dúvida dos subúrbios e a constante fuga para a frente (o sonho de ir para a "Europa" em busca de 'qualquer coisa'). Revela, no final, o que acontece a April e Frank quando a paixão é, ao mesmo tempo, débil e arrabatadora ("Alas! when passion is both meek and wild!", o verso de Keats em epígrafe).
Por isto - que, muito além do contexto específico, tem tudo a ver com as nossas vidas hoje e sempre - e porque Richard Yates o escreveu magistralmente, merece ser um clássico. E merece, claro, ser lido - antes ou depois de ver o filme realizado por Sam Mendes (o mesmo de "American Beauty", outro sobre a vida nos subúrbios americanos), por aí nas salas de cinema (ainda não vi, mas a expectativa é grande - pegar na Kate Winslet e no Di Caprio para estes papéis - o casalinho Titanic nos 90's - é de uma fina ironia).
17/2/09 12:50
Belíssima, esta tela de Edward Hopper que escolheste para ilustrar o teu "post".
17/2/09 21:58
Ana,
Também estou curiosa para ver o filme :)