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elevador da bica

O meu Halloween a preto e branco em Saint Joe

31 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos




Trick or treat!



St. Joseph, ou St. Joe, como eles lhe chamam, é uma cidadezinha junto ao lago Michigan com 90% de brancos. É ligada por uma pequena ponte a Benton Harbor, que tem 90% de negros. As duas comunidades vivem, não unidas, mas separadas pela ponte. Uma do lado rico. Outra do lado pobre. Uma margem marginal. Outra margem integrada. Ali vi a América dos excluídos e a tensão racial.







Trick or treat!


Faz agora um ano, estava em St. Joe a fazer uma reportagem sobre brancos e negros no contexto das eleições americanas para a Sábado. Hordas de crianças e adultos mascaradas para o Halloween atropelam-me e decido fotografar. Todos brancos, quase todos brancos. Até que encontrei um casal misto - um dos casos que eu procurava, para perceber até que ponto havia racismo por aqui...


Trick or treat!
O casal misto (ela branca ele negro, com um filho) combinou uma hora comigo e nunca apareceu. Apesar de tudo, fiz outras estrevistas interessantes e achei que tinha o artigo fechado... Até comprei um livro de um jornalista do Wall Street Journal acerca de um crime cometido sobre um adolescente negro, por razões puramente raciais. Ou seja, sem quaisquer razões. Bem escrito. Uma grande história, excelente reportagem. (Alex Kotlowitz, The Other Side of the River)



Trick or treat!
Passei lá vários dias, a escrever. O lugar era calmo. Havia de regressar a Chicago depois. No penúltimo dia, atesto o monovolume de sete lugares onde fiz milhares de quilómetros sozinho e compro o New York Times. Há momentos nas reportagens em que a sorte vem contra nós inesperadamente... às vezes basta um pequeno gesto, uma pequena pergunta para termos a nossa história, a história que verdadeiramente interessa. O artigo estava nada fechado...



Trick or treat!
A rapariga do quiosque era loira, de olhos azulíssimos, cara de irlandesa. Perguntei-lhe como era ali a questão do convívio racial. Ela não quis falar. Porquê? Tinha um namorado negro de Benton Harbor, problemas por causa disso, além de uma opinião comprometida. Era a minha história! Acabou por aceitar falar. Telefonou ao namorado, combinámos um encontro para o dia seguinte de manhã para uma foto com ambos. Não podia ser perto da casa dele: segundo ela, o lugar era perigoso demais...


Trick or treat!
Na manhã seguinte fazia um frio demasiado gelado para um português que chegara havia dias do deserto do Arizona. Nevara ligeiramente durante a noite. A rapariga estava lá e o namorado apareceu. Ela tinha realmente problemas graves com família, com os amigos, com toda a gente por causa daquele amor pelo qual tudo abandonou. Caminhámos uns 200 metros até ao lugar ideal para as fotos. Ela falou pelos cotovelos. Ele não disse nada. Grunhiu qualquer coisa incompreensível a duas ou três perguntas minhas: alto, magro, passada gingona de malta do bairro. Tirámos umas fotos. Uma delas ficou óptima e foi publicada na Sábado. Inesperadamente, a meio das fotografias, ele voltou costas, mudo. Foi-se embora calado. Ela pediu desculpas por ele. O que será feito deles hoje?
Happy Halloween!

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PSD 2.0 adiado

30 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Afinal, Paulo Rangel foi à entrevista de Judite de Sousa dizer que não - enquanto houvesse pessoas como Marcelo Rebelo de Sousa, ele não seria candidato à liderança do PSD. Já que o apelo do professor à unidade não funcionou, Rangel tenta lançar a vaga de fundo pelo ex-líder. Mas não se devem tomar todas estas coisas pelo seu valor facial - Rangel poderá voltar a ter de ponderar uma ponderação ou as alternativas serão demasiado fracas. É verdade que Marcelo vai criando assim uma aura de desejado, enquanto Pedro Passos vai cacicando apoios e ganhando espaço (está no terreno há mais de um ano). Quanto mais os adversários de Passos adiarem a decisão de pôr um candidato na mesa, mais difícil será entrar no ringue, porque não se entra no ringue depois de soar o gongo.

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Dois trios de ases

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Grande concerto do trio de Brad Melhdau no CCB. Seis encores. O que mostra que não basta serem grandes intérpretes e excelentes executantes, também é preciso uma grande dose de humildade e respeito pelo público.

Há três semanas, num registo ligeiramente diferente, The Bad Plus no Museu do Oriente também deram um concerto envolvente e cativante, de certa forma inesperado porque fugiram às suas versões jazzísticas de pop, demonstrando uma criatividade inesgotável para além das expectativas do público.

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"Face Oculta" é para meninos

29 outubro 2009 :: Guarda-freio: Pedro Esteves

Estados Unidos da América, onde a pequena grande corrupção é muito mais divertida.

Um governo funambulista

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


Os cinco meses que vão de Abril a Setembro de 2010 serão decisivos para este Governo. Só nesses meses é que o Presidente pode dissolver o Parlamento. Depois disso, só depois de Março de 2011. Acredito que depois de ter pedido a mão de todas as moças do reino - casadoiras ou não - e depois de todas elas terem recusado casamentos e uniões de facto, José Sócrates pode dramatizar e muito.
Durante aqueles meses, deverá fazê-lo em duas circunstâncias: a) se não conseguir fazer passar diplomas essenciais para o Governo; b) se a oposição, além de bloquear o PS, aprovar leis contra o PS.

Se as sondagens forem favoráveis, este Governo tem muitas probabilidades de durar menos do que os dois anos vaticinados pelo professor Marcelo.

Dois factores, porém, podem desequilibrar estas contas: a) uma nova liderança do PSD com boa imagem pode travar as tentações de Sócrates para dramatizar; b) um CDS que não quer perder todo o poder que conquistou estará disponível para negociar, provando que é o verdadeiro voto útil para se destacar do PSD. Vamos ver.

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PSD 2.0

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Hoje Paulo Rangel vai à Grande Entrevista de Judite de Sousa. Se anunciar uma candidatura à liderança do PSD, teremos como certo um corte geracional no partido. Os futuros rivais Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho representam outra maneira de estar em relação a todos os líderes anteriores. São diferentes do PSD habitual por razões diversas, mas qualquer um deles pode imprimir mudanças que o partido precisa com urgência, sob pena de se tornar irrelevante durante muitos mais anos:

- uma reestruturação profunda da organização interna que padece de problemas gravíssimos, até porque as directas são uma falácia e o voto livre dentro do partido representa uma baixa percentagem de militantes;

- do ponto de vista das ideias, criar uma alternativa diferente à direita - arejada e sem complexos de esquerda, mais liberal do que conservadora -, sem alienar o eleitorado tradicional do PSD, mas que seja clara e independente dos interesses estabelecidos;

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Lá fora ELES não andam a dormir

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Ah, pois é. Desconfio que esta "aparente falta de motivação dos políticos" para resolver os "problemas estruturais" do país, apontada pela agência de rating Moody's, está relacionada com a aposta no cavalo errado: as grandes obras públicas. Depois da Standard&Poor's e da Fitch foi agora a vez da Moody's dizer isto: Portugal não tem músculo económico para a dívida externa e pública que está a acumular, ou seja, não é suficientemente competitivo nas exportações (pelas razões clássicas que conhecemos) para gerar riqueza que sustente este crescimento da dívida.

Haverá quem venha dizer que estas agências são uma vergonha, que estão também no rol de culpados do subprime, etc. etc. Para o caso português, tudo isso é irrelevante – a realidade é que as classificações atribuídas por estas agências influenciam a percepção que os investidores internacionais têm do risco da dívida da República (com o devido aumento na factura dos juros pagos por todos em Portugal). Lá fora eles não andam a dormir.

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Homenagem aos novos guarda-freios

28 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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Elevador contrata guarda-freios

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Elevador sobe. Aqui no Elevador, o Elevador é a única coisa que sobe e nunca desce. O resto nunca se sabe.

Agora as novidades a subir: melhor do que quatro guarda-freios só mesmo seis guarda-freios, para frear pouco, porque o melhor é embalar o Elevador pela colina. Ao que interessa: as duas grandes contratações para deslizar nestes carris são:

- Pedro Esteves, editor de Empresas do Jornal de Negócios;
- Adriano Nobre, jornalista de política do i;

Mas melhor do que seis guarda-freios só mesmo sete: daqui a um mês, num Elevador perto de si, anunciaremos mais uma graaaande contratação....

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Os Impostos do Pecado, pelo novo senhor do Fisco

27 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Esta tese de mestrado explora uma relação omnipresente, mas remetida para lugar discreto em termos de tratamento público: qual é a ligação entre o pecado na fé católica e a sua punição, via fiscalidade. Mais do que pela sua importância absoluta - o autor reconhece que os impostos do pecado têm pouca importância e que a preocupação do legislador é com a pequena moral -, é pelo que revelam de uma sociedade que importam. Houve momentos em que a lógica foi a de punir comportamentos considerados desviantes, nãoconformes com a ortodoxia religiosa; o encaixe obtido era secundarizado. Hoje, com a secularização da sociedade e a relativazação ético-moral, as justificações religiosas deste tipo de imposto deixaram de ter razão de ser e o Estado abandonou o discurso ético quando tributa estes gastos - e os que se perfilam, ligados à beleza, pureza, higiene e saúde - mas continua(rá) a explorar sentimentos de culpa. [Economia Pura]

Não li, mas Sérgio Vasques, o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, parece ser mais do que your average tax collector.

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Parado

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


  • Não deixa de ser irónico que o slogan de campanha de José Sócrates fosse "Avançar Portugal", exactamente o contrário do que tem acontecido e do que está para acontecer. O país está parado desde a campanha para as Eleições Europeias à espera das Eleições Legislativas e Autárquicas.
  • Agora que o ciclo eleitoral passou, Portugal continua parado porque os novos ministros acabaram de tomar posse. O país continuará parado porque os novos governantes vão passar pelo menos uns seis meses aprendendo a ser ministros.
  • A seguir, o país continuará parado porque todas as reformas duras, difíceis e necessárias não têm viabilidade num Parlamento fragmentado. Se o Governo não as concluiu quando tinha maioria, se abrandou o ritmo, não vai acelerar agora que a estrada é pior.
  • Vamos ver muita acção e muito pouco movimento neste início de legislatura.
  • Só poderá avançar Portugal se Sócrates decidir avançar com tudo o que for mesmo preciso fazer, independentemente das condições políticas, precipitando uma crise se for preciso.

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O malhanço continua

26 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aqui está a prova definitiva de que o país tem dois problemas: sofre de asfixia, democrática ou de outra natureza qualquer, e de falta de sentido de humor.

Neste episódio, só um pequeno detalhe surpreende. É o facto de ter sido a PSP e não o exército a deter os dois elementos dos "Homens da Luta". Com Augusto Santos Silva no Ministério da Defesa e animado do seu espírito malhador, não admiraria que os humoristas tivessem sido removidos numa Chaimite, sob a ameaça de uma G3.

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Alemães e marroquinos

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Os portugueses produzem como os marroquinos e gastam como os alemães. Foi mais ou menos desta forma que um editorial do "Wall Street Journal" se referiu, há alguns anos, ao pobre estado da economia portuguesa. Como se sabe, a tirada não perdeu actualidade e estas duas notícias, para além dos défice gémeos acumulados nas contas públicas e na balança corrente e de capital, confirmam-no.

Em adjudicações directas, sem concurso, portanto, as administrações públicas já gastaram dois mil milhões de euros este ano. E para subir mais um degrau na loucura financeira da ferrovia de alta velocidade, o ministro das Obras Públicas que acaba de sair do Governo inscreveu nos planos mais dois troços: Aveiro-Salamanca e Évora-Faro-Huelva.

Sobre esta última novidade, o economista António Nogueira Leite afirma que "só pode ser humor negro" de Mário Lino. Seria bom que assim fosse. Mas a verdade é bem capaz de ser mais séria porque o Governo gosta, de facto, de gastar à alemã condenando a economia a ficar cada vez mais marroquina.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"The Humbling", o novo livro de Philip Roth, retoma alguns dos temas favoritos na obra do escritor. A solidão, o envelhecimento e a perda de faculdades físicas e intelectuais que lhe está associada, o isolamento para tentar lidar com os fantasmas interiores, as complexidades na gestão das relações e do que foi sendo deixado para trás num percurso de vida.

Simon Axler está na sua década de 60. Foi um actor de grande sucesso, admirado de forma reverente pelas suas prestações na representação de personagens dos clássicos. Mas, um dia, inesperadamente, perde o seu instinto de actor, o que significa ter de se confrontar com o desvanecimento daquilo que era mais importante para dar um sentido à sua vida. Digerir o fracasso, tentar perceber os seus motivos e recuperar o ânimo para viver tornam-se no objectivo central de Axler.

Esta é mais uma obra merecedora de leitura na bibliografia de Philip Roth. E uma prova adicional de que o escritor norte-americano, tal como muitos outros antes dele, não precisa do Nobel para ter já um lugar assegurado entre as grandes figuras de sempre no ofício da escrita.

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Tomar a posse ao 26º dia de Outubro

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Tiradas clássicas, pasquinadas modernas [2]

25 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Destes Barry Lindon que vêm à capital tentar fortuna, o mais típico é o jornalista, o jornalista de agora, enérgico, pimpão, lesto em moral, intransigente em fórmulas de honra, desabusado porém de todas as crenças, batido de todas as misérias, esfomeado de todos os prazeres - o jornalista que, devorado do mal do oiro, põe a sua fortuna num artigo, especulando as altas e as baixas dos partidos, e incorrendo na alternativa de acordar director-geral, ou ter de fazer saltar os miolos, ao dia seguinte."

Os Jornalistas e Outras Pasquinadas, por Fialho de Almeida, 1889
Imagem: Barry Lindon, Stanley Kubrick, 1975

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Lido (com muito prazer) no Elevador

24 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Quem aprecia os livros de Graham Greene tem largos motivos para gostar do "No Coração de África", de William Boyd. É o romance de estreia do escritor, uma obra do início dos anos 80 e cuja acção decorre na década anterior, mas só agora tive o prazer de lhe deitar a mão e de o devorar de fio a pavio.

No meio de um continente que é um perfeito desastre, temos a história de um perfeito falhado, colocado num alto comissariado onde é suposto fazer-se alguma diplomacia e muita espionagem mas em que nada funciona e as motivações de quem lá trabalha são as do costume entre os burocratas: agradar aos superiores, subir na carreira e conquistar uma posição nalgum local mais aprazível.

Pelo meio há corrupção, manipulação, baixa política, encontros e desencontros sentimentais ao sabor das conveniências do momento. Mas também um leve aroma de redenção, quando já se perdeu tudo e, portanto, já não há nada a perder. Este vosso guarda-freio dá cinco estrelas a este livro. Ainda por cima porque, no meio do pântano humano quase generalizado, tem uma cena que obriga a interromper a leitura para rir compulsivamente.

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Tiradas clássicas, pasquinadas modernas

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"With regard to Policy, I expect you already have your own views. I never hamper my correspondents in any way. What the British public wants first, last, and all the time is News. Remember that the Patriots are in the right and are going to win. The [Daily] Beast stands by them foursquare. But they must win quickly. The British public has no interest in a war that drags on indecisively. A few sharp victories, some conspicuous acts of personal bravery on the Patriot side and a colourful entry into the capital. That is the Beast Policy for the war."

Scoop, Evelyn Waugh, 1938
Imagem: The Passenger [Profissão Repórter], Antonioni, 1975

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Escutado no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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Confissões de um aluno de 14

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Lido no Elevador

23 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"Uma farsa", por Vasco Pulido Valente, no "Público", ainda sobre a "meia dúzia de patetices" proferidas por José Saramago a propósito do Antigo Testamento. É o arraso que o escritor estava mesmo a pedir.

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Se houvesse "margem", aí sim, seria notícia

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Lisboa, 23 Out (Lusa) - O presidente da EDP, António Mexia, considerou hoje que no ano de 2010 haverá menor margem para a concorrência fazer ofertas de electricidade no segmento liberalizado para os domésticos.

Notas soltas sobre o novo Governo, V

22 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

António José Teixeira, director da SIC Notícias, comentou que não há grandes figuras políticas no novo Governo. Surpresas como a de Diogo Freitas do Amaral no primeiro Executivo de José Sócrates. Tem razão.

Há uma continuidade, com o reforço de um núcleo duro fiel e com boa imagem pública, casos de Fernando Teixeira dos Santos, José Vieira da Silva e Luís Amado, para além do indispensável Pedro Silva Pereira, mas nas restantes pastas sabe a pouco. Ou, melhor, sabe àquilo que seria possível num Governo que não tem maioria absoluta e, por isso, menor capacidade para atrair vedetas.

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Notas soltas sobre o novo Governo, IV

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

A gestão do Quadro de Referência Estratégica Nacional passa do Ambiente para a Economia. Faz sentido. Sobretudo depois da inexistência política que representou o consulado de Nunes Correia à frente da pasta que até agora tratou dos apoios europeus.

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Notas soltas sobre o novo Governo, III

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Tal como sucedeu no arranque do primeiro Executivo de José Sócrates, volta a haver dois ministros de Estado: Fernando Teixeira dos Santos e, onde anteriormente esteve Diogo Freitas do Amaral, surge agora Luís Amado.

Trata-se de uma promoção para um dos ministros mais apreciados e consensuais e um sinal de que o primeiro-ministro decidiu rodear-se, ao mais alto nível, de pessoas que prezam mais a política feita com serenidade do que com truculência.

Sob este ponto de vista, não deixa de ser curioso que Augusto Santos Silva tenha sido desterrado para a Defesa, depois de ter andado uma legislatura inteira a jogar ao ataque.

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Notas soltas sobre o novo Governo, II

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Alberto Costa é substituído por Alberto Martins no Ministério da Justiça. Nesta pasta, os últimos quatro anos foram completamente perdidos. Se Alberto Martins deixar tanta marca no seu novo posto como deixou enquanto ministro da Reforma Administrativa no tempo de Guterres, seguem-se mais alguns anos perdidos. Só não se sabe quantos.

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Notas soltas sobre o novo Governo

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

José Vieira da Silva transita da pasta do Trabalho e da Segurança Social para a Economia. Ou seja, abandona a defesa dos trabalhadores para passar a defender os patrões.

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Habituem-se

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Depois da música, chegou a vez dos livros. Preparem-se, caros autores, porque há quem ache que o vosso esforço criativo não merece ser pago. Por isso, habituem-se. E se a natureza do vosso ofício não vos permite dar concertos para recuperarem aquilo que deixarão de ganhar em direitos de autor, organizem digressões em que lerão as vossas obras. Se não funcionar, azar. São as tecnologias.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"Caim semeia vento e colhe publicidade", por Alberto Gonçalves, na "Sábado", sobre as declarações de José Saramago acerca da Bíblia: "ao contrário do comunismo e das utopias terrenas, a complexidade do princípio religioso não se esgota nas atrocidades".

"Da importância do escândalo", por Helena Matos, no "Público", também sobre a habilidade de Saramago para arranjar polémicas com a Igreja Católica que, como bem assinala a autora do texto, têm risco zero e proporcionam alto retorno mediático.

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Uma escola de boçalidade e cobardia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Os acontecimentos no Colégio Militar não devem surpreender. As "praxadelas" e os abusos de autoridade são vulgares nas instituições militares e, nestas coisas, de pequenino se torce o pepino. Os que hoje agridem impunemente, resguardados pelo posto e pela antiguidade, são os que ontem foram agredidos e humilhados, aproveitando a oportunidade de estarem na mó de cima para satisfazerem os seus desejos mesquinhos de vingança.

Quando fiz a tropa, vi muito disto. Tiranetes animados da mais primária boçalidade em busca de qualquer oportunidade para mostrar quem mandava. Eles achavam que estava em causa incutir disciplina e os mais nobres valores militares. Eu só via cobardia à solta e tudo o que de pior pode albergar-se na natureza humana, sobretudo quando uns dourados em cima dos ombros fornecem poder sem quaisquer limites.

Lembro-me de, em Santa Margarida, um oficial de carreira pregar, sempre que podia, as virtudes militares. O que eu via, pelo contrário, era uma escola de vício. Conheci, às dezenas, gente que vinha do Portugal profundo e que contactava com a droga, pela primeira vez, durante o serviço militar, já para não falar do vulgar alcoolismo.

"O exército é uma escola de virtudes", dizia esse major que me parecia um extraterrestre necessitado de internamento. Só não me ria na cara dele porque fazer isto perante imbecis que se levam muito a sério é um exercício arriscado quando a faca e o queijo estão exclusivamente nas mãos desses loucos.

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Saramago e a Bíblia: quem sabe nunca esquece

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Saramago é para apreciadores de ironia - é o maior prazer que nos oferece. Saramago não é um daqueles escritores de personagens, mas sim alguém que constrói cenários para depois descrever, com a sua lente feita de uma ironia de punho fechado (ao serviço daquilo em que acredita), como todas as suas peças se movem.

Em todos os comentários estafados (novidade seria se viessem de outras proveniências) que Saramago fez nos últimos dias sobre a Bíblia está lá essa ironia: quando nos diz que é ingénuo; quando nos faz acreditar que ele, o mesmo homem que derrama veneno mais ou menos elegante nos seus livros, usa da ortodoxia adversária para justificar a sua, clamando “ingenuidade” para poder levar o que está na Bíblia à letra; quando, depois de ter atirado aos media o isco de soundbites irresistíveis ("manual de maus costumes", “catálogo de crueldade"), diz que o novo livro está a atrair as atenções de todos sem ainda ter sido lido.

Este derramamento de ironia em larga escala mostra que o velho Saramago ainda está em forma – foi como se nestes dias tivesse gozado o prazer de entrar num dos seus livros, movimentando a partir de dentro as tais peças do cenário, esperando pacientemente pelas reacções. O homem que não esconde a superioridade que julga ter sobre boa parte da humanidade teve no final direito a tudo o que queria - com o bónus da publicidade para o livro.

Saramagozinho...

21 outubro 2009 :: Guarda-freio: Luís Miguel Afonso



Para mim, o Senhor Saramago não passa de um Puto Saramago. Daqueles putos que correm até ao meio da igreja, dizem que o Xô Padre é ... (completar com um qualquer daqueles nomes que os miúdos inocentemente usam para ridicularizar) e fogem no segundo seguinte.

Os putos fazem isso porque podem, porque todos reconhecemos a sua inocência e a sua falta de maldade. E porque somos verdadeiramente tolerantes e tocados pelo amor de uma criança.

O Senhor Saramago, que já tem a idade de espírito suficiente para ser um puto e para fazer com que a sua demência possa ser analisada como um estágio avançado de inocência, pode dizer o que quiser da Bíblia porque as instituições que a perfilham também são tolerantes, tocadas pelo amor e verdadeiras semeadoras da paz e da justiça.

Agora o que eu gostava mesmo de ver, era o Puto Saramago fazer o seu truque numa mesquita. E também gostava de ver os senhores jornalistas, que gostam de dar tempo de antena a esta(s) criatura(s), a perguntarem-lhe isto mesmo. Será assim tão difícil escrever sobre o Corão? Vendo bem as coisas, o Senhor Saramago está no fim da vida e não deveria ter nada a temer.

O problema é que, certamente, os tomates do Senhor Saramago são do tamanho dos do Puto Saramago...

O meu direito à blasfémia - 2

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Parece-me que esta resposta do padre José Tolentino Mendonça, da Conferência Episcopal Portuguesa, em relação às declarações de Saramago é muito mais aceitável, civilizada e equilibrada do que a do eurodeputado Mário David. É uma reacção inteligente, que permite dialogar e discutir sobre pontos de vista, sem mandar queimar o herege.

A discussão de pontos de vista filosóficos, de exegese, ou sei lá, sejam eles quais forem, é admissível e recomendável.

O que eu não admito é que um deputado eleito diga o que disse, porque tem responsabilidades públicas mais elevadas do que o cidadão que manda umas bocas no café ou no barbeiro. O tempo em que se exilavam pessoas por causa de opiniões já lá vai, felizmente.

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O meu direito à blasfémia

20 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Para quem disse no Parlamento Europeu que o caso TVI representava uma asfixia na liberdade de imprensa, exortar o escritor José Saramago a renunciar à nacionalidade parece-me coisa de Taliban e de maometano ofendido com as caricaturas do profeta.

Há erros que não se percebem: Mário David, eurodeputado do PPE, pelo PSD, tem aqui o seu momento Torquemada. A liberdade de expressão não pode chegar à religião? Em democracia não temos o direito à blasfémia?

Saramago não disse mais do que muita gente diz e pensa: o Antigo Testamento é um livro cruel, da paciência de Job, à morte de Caim e do olho-por-olho e dente-por-dente à provação de Abraão, a quem Deus mandou matar o filho só para ver se ele O amava. Eu não concordo com Saramago em muitas outras coisas, mas concordo com ele nesta visão sobre este livro antigo que encerra uma beleza fundamental e muitos segredos da natureza humana, mas que nos mostra um Deus que não aprecio.

Mas mesmo que não concordasse com Saramago, admitia-lhe o direito de o dizer - e o ponto é este. Eu podia discordar. Argumentar. Mas não o queimava na fogueira como os mais papistas que o Papa querem fazer. Desde Sousa Lara que não aprendem com os erros.

Para Mário David, os escritores não devem pensar, ou se pensam não o devem dizer? Os filósofos não devem pensar, e se o pensam não o devem dizer? Filósofos, escritores, intelectuais, pescadores, carpinteiros e trolhas não devem dizer o que pensam se pensarem que Deus não existe, ou que há uma ideia de um Deus cruel e vingativo do qual não gostam?

Às vezes descubro esta Idade Média que ainda vive no meio de nós.

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Pare, Escute, Olhe

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

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Da colecção "Pensamentos fáceis, a ver o Prós e Contras"

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Ninguém em Portugal é liberal na economia porque temos um medo atávico do requisito básico do liberalismo (e sua maior fonte de vantagens): a concorrência. Por isso, tal como os chineses cunharam o seu original socialismo de mercado (eufemismo para capitalismo selvagem), nós brincamos ao nosso liberalismo de Estado (eufemismo para grandes empresas chocadas pelos governos-galinha).

Mapa sentimental

17 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Yeah Yeah Yeahs: grande música, grande vídeo. Para ouvir em repeat.

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Deus abandona cargo

15 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

João de Deus Pinheiro começou por recusar o convite de Manuela Ferreira Leite para integrar as listas do PSD. E disse-o numa entrevista à SÁBADO.

A seguir aceitou o convite - que justificou na actualização da mesma entrevista - e foi para Braga fazer campanha. Defendeu então em declarações sucessivas uma coligação do tipo Bloco Central, contra a opinião da direcção do PSD.

Hoje, dez minutos depois de tomar posse na Assembleia da República anuncia a renúncia ao cargo. Alega motivos pessoais, mas isso pode ser muita coisa. Para evitar pensar-se que as razões são afinal muito políticas, devia ser mais específico e explicar que motivos pessoais são esses - saúde, família, desafios profissionais, incompatibilidades súbitas.

Este é mais um episódio que não dignifica as instituições e mais uma prova de como Manuela Ferreira Leite não teve qualquer arte para gerir as listas.

ADENDA: este post no Jugular sobre o mesmo tema é mesmo muito bom.

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Maitê no país da indignação fácil

14 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Reveladora, a onda de indignação popular que para aí vai a propósito das bocas de Maitê Proença sobre Portugal. O mesmo povo que já não se escandaliza perante praticamente nada de importante é o camisola amarela da indignação fácil, feita de bílis moralizadora, pobre e sem encaixe. No fim acontece o mais aviltante: Maitê grava um vídeo para pedir desculpa aos portugueses. Este sim, é o verdadeiro vídeo satírico.

Uma das grandes questões dos nossos tempos

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Na boca ou na mão, eis a questão que se põe actualmente a padres e ministros extraordinários da comunhão", por Laurinda Alves.

Masquarade

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Tal como Tony Soprano, Carla Bruni foge do divã, mas não da terapia.

mp3 em Alta Fidelidade

:: Guarda-freio: Luís Miguel Afonso

Ultima Ears Super.Fi 3 StudioA Ultimate Ears é uma empresa californiana que produz auscultadores "in-ear" (IEMs, M de "monitor") para estrelas tão famosas tais como os U2, Linkin Park, Madonna, Metallica, Rod Stewart, Seal, entre outros. Em boa hora apostou também numa linha de produtos para comuns mortais, como nós, que gostam de ouvir música através de produtos que produzam som de qualidade, mas sem ter de recorrer a uns auriculares encomendados após uma consulta de otorrino.

Os Super.Fi 3 Studio são os headphones que me acompanham há mais de dois anos e representavam na altura a entrada na gama da Ultimate Ears. Para os que não sabem, os IEMs encaixam directamente no ouvido e isolam completamente o ruído exterior, uma vez que a "earpiece" (a componente que encaixa no ouvido) sela por completo o canal auditivo. Para conseguir um encaixe perfeito e confortável – e sem recorrer a um molde desenhado à medida como nos modelos que usam as estrelas… - a Ultimate Ears inclui no pacote do Super.Fi 3 um conjunto de adaptadores para o ouvido em diversos materiais e formato: espuma, silicone e em vários tamanhos: pequeno, médio, grande. Se ainda assim não ficarmos satisfeitos, podemos ter acesso a mais adaptadores produzidos pela marca. Eu uso uns de silicone muito mole (incluídos no pacote original) que isolam por completo o ouvido, tem um encaixe perfeito e sou capaz de estar com eles horas sem nunca dar por eles. O conforto é muito maior do que seria de esperar num dispositivo que se agarra e isola o canal auditivo.

E quanto à qualidade de som? Bom, para terem uma ideia, após comprar o meu Ipod, a primeira coisa que fiz foi dar os auscultadores da Mac a um amigo, mesmo antes de os ouvir. Depois de colocarem nos ouvidos uns Super.Fi nunca mais conseguirão ouvir música com uns auscultadores “normais”, ou seja, uns desses da Philips, Sony e afins que se comprar na Fnac (ou pior, nos chineses) por uma dezena (ou um par...) de euros. Os que vêm com os leitores também não fazem muito melhor… O som produzido pelos Super.Fi é de uma riqueza extrema e de um detalhe muito bom. O balanço em todas as componentes do som é facilmente notado fazendo destes os auscultadores de eleição para quem houve jazz, clássica, pop/rock ou qualquer tipo de música onde não há tonalidades a dominar em permanência outras. Os Super.Fi, tais como outros IEMs, produz baixos equilibrados. Quer isto dizer que os amantes do "Super Bass Boom Mega Refixe Power Bass" não ficar contentes com estes auriculares. Esclarecida a questão dos baixos, há que referir que os médios são suaves e que ajudam a fazer nascer a música de uma forma que nem sempre estamos habituados a testemunhar, em especial aqueles que passam a vida a ouvir música no mp3 e nunca tiveram uma verdadeira experiência audiófila antes. As frequências altas são outra das grandes descobertas dos Super.Fi (talvez a mais bem guardada) pois a sua precisão e a forma como perduram deixam realmente qualquer ouvinte mais atento de boca (ouvido) aberta. Para comprovar isto tudo, fiz ainda um teste que me deixou ainda mais contente com estes headphones, que foi ligá-los ao meu sistema de som caseiro que além de incorporar um amplificador high-end tem ainda um amplificador de auscultadores dedicado. A surpresa foi bem agradável, permitindo concluir que quanto melhor é a fonte que alimenta os Super.Fi, melhor é o seu comportamento. Experimentem e verão o que quero dizer...

Em termos de durabilidade são impecáveis. O fio (que não é longo) tem uma rigidez aceitável, nunca parecendo que se vai quebrar e as ligações são de excelente qualidade. Como disse, os meus têm mais de 2 anos e estão impecáveis. O pacote traz uma caixa dura de alumínio para os guardar e isso é fundamental para os conservar bem.

Para terminar, que isto já vai longo, apenas um resumo dos mais e dos menos.

Mais: Alta-fidelidade, grande atenuação de ruído (-26 dB), conforto, perfeita inserção no ouvido, qualidade de construção, durabilidade e relação qualidade-preço.

Menos: O tamanho da corda (117cm) podia ser maior.

O preço continua o mesmo que há quase 3 anos: €65 euros na advancedmp3players.co.uk. Pode parecer muito, mas acreditem que é muito pouco para a experiência que oferece. Boa música!

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Great Expectations May Damage Your Successes

12 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Certainly, much of this criticism is misconceived or exaggerated. Mr Obama has made mistakes – but just as it was too soon for the Nobel committee to reward his peacemaking, it is too early to be disappointed by his presidency. Notable successes are still within reach. The danger for Mr Obama, and for the Democrats in next year’s midterm elections, is that inflated expectations can make success look like failure. In domestic and foreign policy alike, less inspiration and more nuts and bolts would serve the country and the president well. The Nobel prize does not help." Clive Crook, Financial Times

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Playmate of the Year

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Para quem tinha de inventar uma boa desculpa para comprar a Playboy - "é pelas reportagens" - o número deste mês facilita bastante a vida. Hoje, por acaso, vi um dos melhores episódios dos Simpsons: estranho ver a minha década, os 90's, tratada já como um período da história (o Homer a cantar o Glicerine dos Bush...).

And now for something completely different

09 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Nove meses depois de ter sido eleito, Barack Obama recebe o Nobel da Paz. A primeira reacção é de surpresa, a segunda é de estranheza.
Para o comité do Nobel – que tinha na lista os habituais dissidentes chineses e activistas afegãos – esta é uma forma de ampliar (e condicionar) o poder diplomático de Obama, o chefe da maior potência militar do mundo. Pode, também, ser um reflexo do alívio na era-pós Bush – um prémio anti-Bush.
No entanto, a verdade é que a "mudança de ambiente" enaltecida por Oslo sabe a pouco para um prémio com este significado – faltam resultados concretos no Afeganistão (para onde o novo Nobel da Paz vai mandar mais 40 mil soldados: doublespeak de Orwell?...), no Iraque e no Irão. E, sobretudo, falta tempo, para ver o que Presidente dos EUA pode realmente conseguir. A atribuição do prémio parece, por isso, muito frágil.
Mas, provavelmente, tudo até poderá ter sido como escreve um leitor da BBC: "Será que Obama ganhou apenas porque não invadiu nenhum país nos últimos nove meses?"

Celorico da Beira Burning

08 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Júlio Santos, ex-dinossauro a tentar a reeleição depois de uma passagem pela prisão, revelou os planos secretos do rival Zezé (José Monteiro) para o concelho de Celorico da Beira. Está ao rubro a luta nas autárquicas em Celorico.

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Caderno de encargos

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Para votar nas próximas eleições em Lisboa seria preciso que um candidato ou partido reunisse todas estas condições essenciais. Isto não é muito, mas nenhum candidato satisfaz as minhas exigências de cidadão. O meu caderno mínimo de encargos é este:

- Tornar o jardim Constatino num espaço frequentável onde pudesse sentar-me a ler enquanto o meu filho brincava;

- Taxas da Emel reduzidas para residentes no concelho;

- Uma solução séria, exequível e se fosse preciso radical para a Baixa Pombalina; vivi lá meia dúzia de anos e cada executivo camarário que passa piora claramente as coisas. Gostava de lá voltar a viver um dia;

- Requalificar o máximo de margem de Tejo, tirar os contentores de Alcântara e o trânsito de camiões que os transportam do centro da cidade;

- Expropriar todos os edifícios devolutos da cidade - quem não tem condições nem responsabilidade para ser proprietário não deve sê-lo. Recuperá-los e recolocá-los no mercado com uma percentagem a preços controlados;

- Baixar radicalmente a cércea permitida às construções nos eixos principais da cidade e em zona sensíveis (avenidas emblemáticas, bairros antigos, etc) e aumentá-las em zonas especialmente dedicadas a torres e arranha-céus;

- Manter os ministérios no Terreiro do Paço, para não esvaziar mais ainda a Baixa, libertando apenas os pisos térreos para actividades comerciais e culturais de qualidade;

- Não cortar o trânsito na Baixa nem na praça do Comércio - muito menos aos residentes em Lisboa;

- Iluminar decentemente e com qualidade os monumentos nacionais, os edifícios emblemáticos e as praças principais da cidade;

- Impedir que as empresas municipais e as juntas de freguesia fiquem a saque das mais miseráveis clientelas partidárias;

- Dar incentivos à criação de esplanadas por toda a cidade, com exigências no mobiliário utilizado, que devia também obedecer a uma uniformização mínima e a critérios estéticos e de conforto;

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Paleontologia autárquica

07 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Vejam os dinoassauros nas nossas câmaras no site do Negócios.

A todos os meus amigos...

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

... que gostam de me ver feliz, podem pensar nesta possibilidade para o Natal. Também se aceita fora de época, ou seja, se vos der na gana é uma surpresa que eu vou adorar. É isto

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Lido no Elevador

06 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

- E Fernando Lima? de Paulo Gorjão, no Delito de Opinião - Cavaco pede transparência na vida pública, mas nos assuntos da sua mercearia em Belém mantém uma inegável opacidade.

- Navegações, de Luís Naves, no Corta Fitas - Sobre como todos os regimes portugueses monárquicos ou republicanos têm caído de podre.

- Os "5 de Outubro", de Henrique Raposo, no Clube das Repúblicas Mortas - sobre como a discussão entre Monarquia e República está deslocada do que é essencial. Subscrevo em absoluto tudo o que ali é dito.

- República vs Monarquia, de José Gomes André, no Delito de Opinião - sobre os idiotas que o povo escolhe e os idiotas que nos calham em sorte.

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Uma questão de fé

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Divirto-me a ler considerações sobre a República como se ainda vivessemos em efeverscência carbonária pré-1926. Ser republicano hoje ou defender uma República em vez de uma Monarquia nos dias que correm nada tem a ver com 1910. Se a República é a democracia de Afonso Costa ou o regime de António de Oliveira Salazar - como há monárquicos a fazer crer -, a monarquia também podia ser o absolutismo iluminado do século XVIII ou o falido rotativismo parlamentar do século XIX.

Se queremos, portanto, debater o regime - os monárquicos querem - temos de pensar entre República hoje e Monarquia hoje. As conclusões parecem evidentes. A irracionalidade de ter uma família na chefia do Estado é uma perda de liberdade dos cidadãos; há privilégios que ninguém deve ter, como o acesso ao poder pelo sangue ou o matrimónio; há cruzes que ninguém deve carregar, como a de se estar predestinado a tão grave missão; o povo deve escolher o seu Chefe de Estado, pois a Nação está para além dele e acima dele, não precisando de estar personificada no sangue de uma família; na República os privilégios são de quem os merecer, como hoje bem sublinhava Cavaco Silva.

Esta República é perfeita? Claro que não. Mas numa Monarquia persistiriam os defeitos desta República aos quais de acrescentariam outros tantos.

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Cavaco no 5 de Outubro

05 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Mais do que as politiquices do costume – campeonato em que Sócrates hoje quis jogar – o mais interessante na intervenção do Presidente no 5 de Outubro (afinal, sempre falou) foi o forte pendor de direita.

Cavaco aproveitou as autárquicas para evitar mais atritos com "o partido do governo" – depois de abordar a educação (em 2007) e a economia/pobreza (em 2008), o Presidente deixou de lado as políticas públicas e falou directamente para as pessoas. E disse-lhes isto: numa República que é feita de pessoas, parem de se queixar, assumam as vossas responsabilidades, façam pela vida.

Numa altura de crise económica e de ascensão da esquerda-dos-castelos-no-ar esta é a parte mais interessante da mensagem deste fragilizado Cavaco. Mais interessante do que as merdices do costume – da "transparência" da política e de "escutar" [ha ha] os problemas dos portugueses – logo exploradas pelos intérpretes profissionais de cavaquês-português.

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As políticas e os políticos

04 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

De facto, não há paciência.

Digam que "sim" porque dizer "não" está fora das regras do jogo

03 outubro 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Pronto, agora já podem elogiar o "europeísmo" e "sentido das responsabilidades" dos eleitores irlandeses que aprovaram o Tratado de Lisboa. Quem, por distracção ou ingenuidade, ainda tivesse dúvidas de que os referendos sobre matéria europeia só exprimem verdadeiramente a vontade dos povos quando ganha o "sim", pode desenganar-se. Aliás, sem surpresa, o cortejo de referências elogiosas aos eleitores irlandeses já começou. Democracia? Deixem-me rir.

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É aproveitar enquanto há

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Hoje, há "rodeo" em Salvaterra de Magos, cortesia de um município liderado pelo Bloco de Esquerda. Aos apreciadores, aconselha-se que aproveitem a oportunidade. Francisco Louçã já avisou que o Bloco está preparado para ser Governo e, se lá chegar, proibirá esta espécie de eventos, assim como as touradas, em todo o território nacional. Isto se, enquanto Governo, quiser ser mais sério e coerente e menos hipócrita.

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Mais canhões e mais manteiga e mais corrupção

02 outubro 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos




Tudo nasceu das boas intenções para contrariar a teoria económica dos canhões e da manteiga, segundo a qual quem produzia mais canhões teria menos manteiga e vice-versa. As contrapartidas nos negócios da Defesa nasceram exactamente para tornar um pesado investimento não reprodutivo do Estado numa oportunidade económica.

Em suma, com as contrapartidas, quando mais canhões houvesse, mais manteiga haveria, e assim venciam-se as resisitências da opinião pública em relação ao investimento em armas.

Em Portugal, a regra tem sido: se um equipamento militar custa 100, então o fornecedor tem de encontrar investimento no valor de 100 para o País.

Acontece que os fornecedores militares se estão nas tintas para as contrapartidas. Se puderem, até pagam para não ter de as cumprir. De facto, não têm sido cumpridas. O Estado português tem sido ludibriado. Ou pior: o mau trabalho da Comissão Permanente de Contrapartidas ao logo de vários governos tem contribuído para as contrapartidas não serem executadas.

Por isso é tão importante a investigação que o Ministério Público está a conduzir sobre o caso dos submarinos.

Não deixa é de ser estranho que ao longo dos anos nenhum partido se tenha interessado verdadeiramente sobre este tema, com a excepção do deputado socialista Ventura Leite, entretanto devidamente corrido das listas.

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Politburo do Elevador reúne no Mandarim

01 outubro 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Para celebrar os 60 anos da revolução maoísta – que tantas coisas boas trouxe, incluíndo um Presidente da Comissão Europeia – a linha dura de guarda-freios do Elevador reuniu com alguns dignitários estrangeiros. Local do encontro: Mandarim, no Estoril. O menu foi fiel à linha do socialismo de mercado chinês – ou seja, foi à grande.

Lido no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"O gajo" e "O tempo das gravuras de Foz Côa", por Helena Matos, no "Público". O primeiro texto, analisa as relações entre a "aristocracia" socialista e Cavaco Silva, um intruso neste mundo vocacionado para ocupar e se instalar no poder. O segundo, sublinha algumas verdades sobre os disparates que a propaganda consegue fazer o país engolir, a propósito da mais recente proposta para que o Museu do Côa albergue arte contemporânea.

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apresentação

Tudo o que sobe também desce

Conheça a história do ascensor aqui.
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